segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Cap 4

A morte súbita arrasa todos que estão em volta do evento: Companheiros, familiares amigos e até quem, sequer conhece o morto, mas soube do fato.
Vencer os dias e meses que se seguem, a um evento dessa monta, requer muita coragem para falar e fazer de verdade, o que quer, força para entender a dor e acima de tudo muita fé.
Eu sou desse tipo de pessoas que não faz o que tem vontade. Sou uma prisioneira da imagem do “politicamente correto”, assim em nome do que faria uma boa esposa e mãe, minimizei o valor das emoções ,travei o choro e aparentei uma fortaleza que absolutamente não tinha. Foi por não saber que lutar contra o luto é um desastre igual ou maior ao de perder quem se ama, que adoeci a alma.
Tenho passado dias confusos que vão desde a tranqüilidade e segurança a uma tempestade furiosa de dores. Se um dia estou no chão outros estou no subsolo do inferno.
Quando retorno venho cheia de medos e limitações. Tenho receio de cair, e preciso me apoiar em paredes e corrimãos. O mundo as vezes fica demasiado grande outras extremamente pequeno e sufocante.
A falta do abraço de apoiar a cabeça no ombro do companheiro que se foi as vezes é tão dramaticamente grande que por vezes fico tonta. Ainda , creiam após cinco meses, me engano como se ainda estivesse fazendo parte de um pesadelo que teima em não acabar.

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